Com o intuito de construir uma educação e uma sociedade cada vez mais inclusivas, Apucarana está implantando o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na rede municipal de ensino. O prefeito Junior da Femac e a secretária Marli Fernandes apresentaram o projeto na noite de segunda-feira (8/8), no Polo da UAB, em evento que reuniu vereadores, lideranças comunitárias, professores e pais de alunos.
Libras é a língua oficial da comunidade surda no Brasil. De acordo com o prefeito Junior da Femac, a proposta é incluir gradativamente a disciplina no currículo das 35 escolas municipais, nas turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, beneficiando tanto os estudantes que têm perda de audição como os ouvintes.
“Atualmente, a criança surda só se relaciona com o intérprete que a acompanha em sala de aula. Mas, com o desenvolvimento deste projeto, nós vamos garantir que ela também possa interagir com seus coleguinhas. Para que isso aconteça, é essencial que todos aprendam a Língua Brasileira de Sinais”, explicou o prefeito.
Dez estudantes surdos estão matriculados neste ano na rede municipal de Apucarana. Além do acompanhamento de intérpretes nas classes regulares, eles recebem atendimento especializado do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME) e frequentam uma sala de recursos multifuncionais no contraturno.
A secretária Marli Fernandes explica que um longo planejamento foi necessário para que o projeto de Letramento em Língua Brasileira de Sinais pudesse ser implantado nas escolas. “Nós tivemos que capacitar os professores antes de introduzir a disciplina no currículo escolar. Por isso, desde 2015, a Autarquia Municipal de Educação mantém uma parceria com o Polo da UAB e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), por meio da qual nossos docentes são contemplados com cursos de Libras, de nível básico e intermediário. Em 2022, noventa professores inscreveram-se e estão participando da formação”, disse.
O projeto Letramento em Língua Brasileira de Sinais contribuirá para que Apucarana avance na Meta 4 do seu Plano Municipal de Educação, que prevê “universalizar o atendimento educacional especializado para todas as crianças de 1 a 17 anos de idade, com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, com acesso à educação básica, preferencialmente na rede regular de ensino com garantia de sistema educacional inclusivo, salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados”. O Plano Municipal de Educação foi instituído pela Lei nº 062/2015.
Segundo a coordenadora do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME), Léia Sofia Viale, “as primeiras escolas municipais que serão contempladas com o projeto Letramento em Língua Brasileira de Sinais são: Antonieta da Silva Lautenschlager, Dr. Joaquim Vicente de Castro, Professor Alcides Ramos, Professor Durval Pinto, Fernando José Acosta, Humberto de Alencar Castelo Branco, João Antônio Braga Côrtes, João Batista, Mateus Leme, Papa João XXIII, José Idésio Brianezi, Luiz Carlos Prestes e Professora Marta Pereira da Silva.”
Sílvia Mara Brugnolo, que é mãe de um aluno matriculado na Escola Municipal João Antônio Braga Côrtes e tia de uma criança surda, falou sobre a importância do projeto Letramento em Língua Brasileira de Sinais: Libras na Escola. “Quando o meu filho soube que iria aprender Libras na Escola, ele me disse ‘mãe, eu vou poder brincar com a Laurinha’. Eu estou emocionada porque sei o quanto a minha irmã luta pela inclusão da filha dela na sociedade. Estou encantada com o projeto”, afirmou.Acompanharam a apresentação do projeto Letramento em Língua Brasileira de Sinais: Libras na Escola, na noite de ontem (8/8), no Polo da UAB, os vereadores Toninho Garcia, Luciano Facchiano, Rodrigo Lievore (Recife) e Jossuela Pirelli; o presidente do Rotary Club Apucarana, Leonardo Araújo; os membros do Rotary Club Apucarana, Luiz Cláudio e Reginaldo; a técnica do Núcleo Regional de Educação (NRE), Kátia Regina Martins Bilotti; e diversos secretários municipais.